"Monocultura da baianidade isolou a Bahia", diz secretário
Notícia Extraída do site do terra
Para saber mais leia a entrevista completa no site.
Claudio Leal
Vanguardeira dos anos 1950 até a geração da contracultura, a Bahia começou a emitir, na última década, sinais de marasmo. Do teatro à literatura, o Estado se ressente de não revelar novos criadores essenciais para a cultura brasileira e de conviver com a evasão de talentos.
O discurso da "baianidade autossuficiente", aprofundado nos governos sob a liderança política de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), é apontado pelo novo secretário estadual da Cultura, Albino Rubim, como um dos fatores do declínio da força cultural da terra de Gregório de Mattos e Jorge Amado.
- Avalio que o carlismo (corrente política de ACM) foi muito ruim para a Bahia em vários sentidos. Um dos sentidos é que toda a política construída no tempo do carlismo era de uma baianidade autossuficiente, como se a Bahia fosse uma espécie de ilha isolada do arquipélago da cultura (...) Isso empobreceu muito a Bahia, porque cortou muitos laços, trocas e diálogos - analisa o secretário, em entrevista a Terra Magazine.
Rubim avalia que os outros Estados também não produzem movimentos significativos. "Há uma espécie de letargia da cultura brasileira como um todo. Não vejo nenhum movimento muito significativo de renovação. Se você pegar as temáticas que são predominantes, nos filmes que têm mais impacto no Brasil, é a questão da violência", acrescenta o especialista em Política Cultural e ex-diretor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), escolhido pelo governador reeleito Jaques Wagner (PT) para comandar a secretaria no segundo mandato.
Nesta entrevista, Albino Rubim debate os dilemas culturais da Bahia - da preservação do patrimônio histórico ao Carnaval - e conta quais são os seus projetos para tirar Salvador dessa letargia. No início da gestão, ele encontrou uma dívida de R$16 milhões deixada por seu antecessor, o diretor teatral Márcio Meirelles, cuja passagem pelo cargo foi marcada por críticas de artistas e produtores. Os novos editais foram suspensos até ser finalizado o pagamento dos antigos.